quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O Mercado dos Dígitos

Por Sheila Silva e Aline Marques
Colaborou Mateus Bastos

Entre 2004 e de 2008, o número de registros de sites de candidatos, os famosos .can.br, cresceu mais de 420%. Segundo gráfico do CGI, foram pouco mais de 9300 sites (o número total ainda não foi divulgado). No mesmo período, o número de domínios registrados aumentou em 222,7%.
Uma pesquisa do Instituto de Ciência Política da UnB divulgada em setembro, com dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e do TSE, já apontava um crescimento de 272,9% entre 2000 e 2004. Não era algo inesperado já que no mesmo período, o número de registros de domínio crescera 219,2%.

A pesquisa da UnB também apontou que boa parte do aumento se concentra em candidaturas para cargos do executivo. Apesar da intensidade do crescimento, é preciso lembrar que 97,5% dos candidatos não fizeram páginas oficiais para suas campanhas. A importância dada à Internet foi muito menor que a dos carros de som, muros pintados, santinhos…

Ainda assim, este crescimento não foi desprezado pelos marqueteiros eletrônicos. Em Salvador, empresas de comunicação gráfica como a Uranus 2 ofereceram pacotes de assessoria e construção de sites eleitorais através do espaço www.sejamaisvotado.com.br. A elaboração de um site eleitoral simples girava entre R$1.024 á R$1.548. Trata-se, não por acaso, da mesma faixa de preço dos computadores para a classe C.

Além dos preços acessíveis, confusão causada pela resolução 22.718/2008 do TSE, que regulava a propaganda eleitoral na Internet, pode ter contribuído para o aumento de registros can.br. Isto porque estes eram os únicos espaços permitidos para campanha, enquanto blogs e páginas de redes sociais ficaram no limbo, à mercê de interpretações dos TREs.